sábado, 29 de novembro de 2014

Auctoritas¹




Ah! um epíteto!
Denominação que me rebatiza
E me dá consciência devida
Do papel que me cabe
Não representar tal qual bufão
E histriônico clown,
Mas vivenciar em
“atos, exemplos e fatos”.
Um epíteto que chega
Quando não era esperado
Embora há muito buscado.

Sou eu agora
Aquele que faz trovas, versos,
Rimas ou não,
Mas acima de tudo
Um trovador das terras
A seguir o caminho dos antigos
Que cantavam pelas sacadas,
Que loavam sobre façanhas,
Que passavam pelas cortes
E arrabaldes, alaudescamente.

Mais que um rótulo,
Um epíteto é um manto,
Que sabe sagrado,
Quem sabe profano,
Mas um manto a ser envergado,
A ser lavrado.
E enquanto lá no infinito
Brilham as estrelas do Cruzeiro,
Cá no solo tenho o dever
De tentar fazer brilhar
A luz que ainda busco.

1-Responsabilidade (Latim)

sábado, 8 de novembro de 2014

Silêncio é Som




Ontem acordei silêncio,
E silêncio estou até não mais...

Calou-se a musa,
Emudeceram os anjos
E o duende campeia outras letras.

Por que as vozes íntimas
Se calaram em uníssono?
Onde as noites insones
Repletas de sonhos?

Ontem acordei silêncio,
Um ontem que se estende
Há tantos dias,
Um ontem que perdura até hoje.
Mas o amanhã há de chegar,
E quando vier será som,
Será riso, será brado, será canto.

Esse sussurro que me chega de longe
É a aurora que já vem trazendo
Um soar de harpas,
Um ruflar de asas,
Um gargalhar de triunfo.

Glaucio Cardoso
12/08/2014